Cinco características de quem não tem o perfil de franqueado

A consultora diz que “não basta querer ser franqueado, é preciso ter perfil para ser um franqueado de sucesso”

Apesar do crescimento do setor de franquias no Brasil – que deve faturar cerca de R$ 105 bilhões este ano, não são todas as pessoas que podem ser franqueadas. Segundo a consultora e diretora da Novoa Prado , Melitha Novoa Prado, “não basta querer ser franqueado, é preciso ter perfil para ser um franqueado de sucesso”.

A consultora esclarece que existem perfis para assumir uma franquia. “Muitas redes ainda não dão a devida atenção a este processo, o mais importante de todos. E se o franqueador selecionou mal, vai ter problemas com toda a certeza”, adverte.

Executivo sem salário - trabalho

A consultora aponta cinco características que são fortes indicativos de que a pessoa analisada não tem o perfil para obter sucesso à frente de uma franquia:

  • “Não gosto de trabalhar com alimentação e muito menos aos finais de semana. Mas quero uma franquia desta marca porque ela dá bastante lucro”

Segundo Melitha, todo franqueado, necessariamente, precisa identificar-se com o negócio. “Imagine como será complicada a vida deste franqueado se ele não estiver fazendo o que gosta? Há tantas opções no sistema que não há a mínina necessidade de investir em algo que não desperta prazer”.

Para ela, outro erro do franqueado é achar que ele não precisa dedicar-se ao trabalho. Ainda que ele tenha gerentes e uma equipe afinada, nada substitui a sua presença e dedicação ao negócio. Há marcas, inclusive, que exigem dedicação integral ou até mesmo exclusiva do franqueado no negócio.

A consultora lembra que franquia, ainda que seja de uma marca famosa e cobiçada, não é garantia de lucro e é preciso trabalhar muito e cuidar com bastante profissionalismo para que ela seja efetivamente rentável.

  • “Na minha loja, vou fazer o que acho que é certo. A franqueadora não pode me impor nada”

A consultora lembra que o franchising brasileiro é regido por lei. A lei já normatiza a relação entre franqueador e franqueado – o que ambos podem ou não fazer. “E franquia é seguir padrão”. Portanto, quem não gosta de seguir regras ou padrões pré-estabelecidos não pode ser franqueado.

Obviamente, franqueados podem e devem participar da gestão – marcando presença nas reuniões de franqueados, convenções ou Conselho de Franqueados, que são espaços legítimos para exposição e troca de ideias. Isso é completamente diferente de fazer o que quiser só porque é dono daquela franquia.

  • “Gosto de trabalhar sozinho; não tenho paciência com as pessoas”

Melitha afirma que quem não gosta de pessoas não pode ser franqueado e nem franqueador. Franquia é rede que é composta por pessoas, e o franqueado para ter bons resultados, precisa muito de sua equipe.

A consultora alerta que é necessário treiná-la, motivá-la e mantê-la unida, em torno do mesmo objetivo, para que todos se sintam bem trabalhando.“Impacientes e intolerantes, vale o aviso: passem longe das franquias!”

  • “Quero uma franquia porque já vem tudo testado, mastigado mesmo. Não preciso fazer muito esforço, só seguir direitinho o que a franqueadora pede”

Segundo Melitha é um dos maiores enganos cometidos por franqueados que não deram certo. Uma marca forte, um bom franqueador, uma consultoria de campo impecável, os melhores treinamentos, produtos e serviços de qualidade não são garantia de sucesso. “Quem faz a diferença é o franqueado.”

O franqueado tem muito trabalho. Se ele tiver tudo o que foi citado anteriormente, já entra no mercado com uma vantagem enorme. Mas, no ponto de venda, ele é que tem de mostrar todo seu talento, sem poupar esforço, para ter sucesso.

  • “Todo mundo diz que ter esta franquia é legal, dá status. Não sei … Vamos ver no que dá”

A franquia precisa ser um projeto de vida – não algo para fazer bonito entre os amigos. Muitas vezes, nela vai o dinheiro de uma vida inteira. A franquia precisa ser uma escolha consciente, feita após muita análise e nunca por impulso ou motivações fúteis e descabidas.

Fonte: InfoMoney – por Edilaine Felix